Política e economia – Entenda porque as duas se correlacionam e qual a influência que exercem entre si

Política e economia certamente tem uma relação muito estreita. Leis aprovadas no parlamento, medidas provisórias, decretos adotados pelos governos e até mesmo uma simples entrevista ou Twitter publicado por um ministro ou membro do governo, interferem nos índices econômicos, a curto, médio e longo prazo.  

Para piorar a situação, o poder judiciário, que antes se limitava a atuar apenas na sua jurisdição, vem invadindo as decisões atribuídas aos outros poderes e decidindo o que era para ser decidido pelo poder legislativo ou executivo.  

Algumas medidas da corte suprema podem impactar diretamente a classe trabalhadora, e uma delas é o julgamento da proibição às empresas das demissões sem justa causa.  

Dessa forma, caso seja aprovada, o receio dos empregadores nas contratações de empregados, serão bastante comuns, e isso certamente afetará negativamente os empregos no país.   

Outra medida que foi anunciada pelo novo ministro do trabalho, Luiz Marinho, e que poderá ter um grande impacto na classe trabalhadora, foi a extinção do saque-aniversário do FGTS.  

Porém, devido a grande repercussão negativa, Marinho logo voltou atrás nesta quinta-feira (5), e disse que o assunto será objeto de amplo debate. 

FOTO: Política e economia: adaptação própria

 

Primeiras mudanças na política e economia do país 

O novo governo iniciou o mandato com sede de mudança. As declarações do presidente eleito a respeito do teto de gastos vêm provocando uma avalanche de incertezas na economia.  

Aliado a isso, as medidas de revogação dos processos de privatização das estatais realizadas na primeira semana do ano de 2023, também estão causando muita turbulência na política e economia do país. 

É a receita perfeita para fragilizar a economia brasileira, aumentando assim os índices de inflação e desemprego.  

 

Influência do Ibovespa no desemprego 

Para se ter uma ideia, até o dia 04 de janeiro a bolsa brasileira perdeu R$ 546 bilhões em valor de mercado, desde a eleição do novo presidente da república. 

Então, você trabalhador comum que não é investidor, pode dizer: “Para mim não fará diferença, pode cair até zerar. Isso só irá prejudicar quem tem ações na bolsa”. Quem pensa dessa forma está completamente equivocado.    

Pois a quantidade de empregos que as empresas conseguem criar é diretamente proporcional ao potencial de investimento delas. E esse potencial de investimento depende da capacidade de financiamento de cada uma.  

Portanto, empresas que valem mais, conseguem mais crédito de financiamentos. Entretanto, quando o valor de mercado das empresas diminui, a capacidade de financiamentos também diminui.  

Dessa forma, se ocorre redução do potencial de investimento devido diminuição de financiamentos, consequentemente ocorrerá também diminuição da demanda por empregos. Além disso, também acarretará uma diminuição dos salários dos trabalhadores devido a própria redução da oferta de empregos.  

Resumindo, o desemprego e a redução dos salários dos trabalhadores estarão garantidos se considerarmos apenas o cenário que está se configurando em relação ao índice do IBOVESPA.

 

Política e economia: Responsabilidade fiscal ou social? 

A nova equipe de governo não tem dúvidas, a responsabilidade social é prioridade para eles. Porém, especialistas da área são enfáticos em dizer que os dois (fiscal e social) devem andar em conjunto. Um não existe sem o outro.  

Privilegiar as políticas sociais em detrimento da responsabilidade fiscal, gerou expectativas futuras assombrosas. Seria uma repetição de erros do passado, e isso com toda certeza não trará de fato bem-estar social. 

 

Projeção dos índices econômicos  

De acordo com o último relatório Focus do Banco Central de 2022, as projeções dos indicadores econômicos tiveram piora de desempenho, se comparadas aos registros do início do ano.  

A expectativa para o crescimento da economia em 2023 era de 1,80% no início do ano de 2022. Já no ultimo boletim essa expectativa caiu para 0,79%.  

Com relação a inflação, no início do ano a projeção para o IPCA era de 3,41%. Agora, é de 5,23%. 

Os juros foi o indicador de maior diferença. A taxa Selic projetada para dezembro de 2023, na primeira edição do Focus, era de 8,00% ao ano. Na última edição de 2022 essa projeção subiu para 12%. 

Em resumo, um governo com voracidade de modificações na política e economia, bem como o relaxamento nas contas públicas, com a perspectiva de ser um governo gastador faz com que as projeções de inflação e de juros aumentem de maneira irremediável.  

Aliado a isso, como já relatado, o índice Ibovespa, que tem impacto mais imediato, irá influenciar negativamente o desemprego futuro.