Novo PAC – Veja a repercussão do novo programa de aceleração do crescimento no mercado financeiro

O Governo Federal lançou ontem o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Brasil. De acordo com o governo, o programa terá R$ 1,68 trilhão de reais investidos, que serão divididos entre: a união, empresas estatais, financiamentos e o setor privado, e terá foco em obras inacabadas.

Projetado com o intuito de impulsionar o desenvolvimento econômico do país, o PAC é objeto de análise e especulação por parte de investidores e analistas. Sua implementação deverá acarretar em transformações potenciais nos cenários macroeconômico e microeconômico, impactando setores-chave da economia brasileira.

A reação do mercado financeiro ao PAC é um reflexo da confiança e expectativas dos agentes econômicos em relação às políticas governamentais, influenciando a dinâmica das ações, moedas e outros ativos.

Este artigo explora a natureza da repercussão do novo PAC no mercado financeiro, apontando para os desdobramentos que podem moldar a trajetória econômica do Brasil nos próximos anos.

 

Programa de aceleração do crescimento – Retrospectiva dos dois primeiros 

As duas versões anteriores do PAC registraram um desempenho desfavorável, com uma taxa reduzida de conclusão e foram implicadas em episódios de irregularidades. Tais elementos suscitam questionamentos acerca da habilidade de concretização dos projetos recentes.

Um estudo feito por uma empresa de consultoria financeira mostrou que no PAC 1 e o PAC 2, lançados também nos governos petistas anteriores a esta gestão, as obras tiveram menos de 20% de conclusão, em relação ao que foi anunciado.

Diante do exposto, fica a pergunta: esse PAC 3 será diferente dos outros 2 programas anteriores?

 

Expectativas do mercado diante do novo PAC

Com o recente lançamento do PAC, as empresas listadas na Bolsa que atuam nos campos de infraestrutura, logística e energia estão despertando o interesse dos investidores. O PAC tem o grande potencial de impulsionar a economia, porém levanta preocupações em relação às finanças públicas e às entidades estatais.

 

Impacto nas ações após anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento

Apesar de poder gerar benefícios há várias empresas da B3, parece que o programa não transmitiu tanta credibilidade ao mercado de ações, pois durante a manhã do comunicado, algumas das companhias cotadas na Bolsa, que podem receber vantagens do plano de aportes estatais, apresentavam desvalorização em suas operações.

A Rumo (RAIL3), por exemplo, que é uma companhia de serviços logísticos de armazenagem, elevação portuária e transporte ferroviário, considerada a maior comissária de ferrovias do país, teve queda de 4% nos seus papéis.

 

Setores estratégicos impulsionados pelo PAC

O programa está embasado em medidas institucionais e eixos de investimentos, como saúde, educação, infraestrutura social e inclusiva, cidades sustentáveis e resilientes, água para todos, transporte eficiente e sustentável, transição e segurança energética, defesa nacional, além dos novos eixos incluídos nessa terceira versão, como a inclusão digital e conectividade.

Não se sabe a real intenção do governo, mas alguns eixos, como o de defesa nacional, terão investimentos de grande dimensão. A marinha será equipada com um submarino nuclear, além de vários outros investimentos que contemplarão as forças armadas, como aeronaves de carga, os caças Gripen, helicópteros de pequeno e médio porte, a fabricação de navios-patrulha, veículos blindados, e estabelecendo sistemas para o controle da região de fronteira.

 

Viabilidade dos projetos

Mais de 2.000 projetos estão sendo cogitados pelo Ministério da Fazenda, e para que isso seja viabilizado o governo quer mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, para que possa ser retirado R$ 5 Bi da meta fiscal, e com isso evitar a elevação da dívida pública.

Porém, a LDO e o arcabouço fiscal ainda não foram aprovados pelo congresso. Visto isso, a elevação da dívida e descontrole orçamentário pode ser real, pelo fato de o governo ter lançado um programa sem ter garantia de que terá recursos para isso nos cofres públicos.

Segundo especialistas, o custo do Estado brasileiro tem que ser reduzido para que haja investimentos de infraestrutura. O problema é que ninguém se escuta falar, no atual governo, sobre redução de gastos, somente em aumentos de tributos.

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