Influenza aviária – Efeitos econômicos e sociais que a doença pode causar no Brasil

O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, onde exporta para mais de 150 países, e corresponde ao 7º principal produto da pauta de exportação. De cada 3 frangos produzidos no país, um é exportado. 

Diante desse cenário, a ameaça da influenza aviária, também conhecida como “gripe aviária (H5N1)” tem despertado preocupação não apenas no campo da saúde, mas também no âmbito econômico e social do Brasil. Essa doença viral altamente contagiosa, entre as aves, poderia ter efeitos significativos sobre diversos setores da economia e a sociedade como um todo. 

Dessa forma, compreender os potenciais efeitos econômicos e sociais da influenza aviária é crucial para que sejam adotadas estratégias eficazes de prevenção, controle e mitigação dos impactos, visando à proteção da saúde pública, à sustentabilidade dos setores envolvidos e ao bem-estar da sociedade brasileira como um todo. 

 

Influenza aviária e efeitos econômicos e sociais que a doença pode causar no Brasil, o maior exportador de carne de frango do mundo!
FOTO: Influenza aviária – Criação própria

 

Impacto econômico da influenza aviária no setor avícola brasileiro – O papel das exportações e o efeito nos preços e oferta 

Em primeiro lugar, a disseminação da influenza aviária poderia levar à interrupção da produção avícola, acarretando perdas financeiras significativas para os produtores e impactando o abastecimento de alimentos à população.  

Além disso, as restrições comerciais através de barreiras sanitárias, impostas por outros países em resposta à presença da doença poderiam prejudicar as exportações brasileiras de produtos avícolas, afetando a balança comercial e a receita do país. Como a doença é considerada uma patologia de notificação obrigatória aos órgãos oficiais de controle de saúde animal, qualquer ocorrência tem que ser registrada.  

Visto isso, qualquer foco da doença por si só já causaria prejuízo ao setor avícola, e em menor grau à fauna brasileira, pois o animal que vir a ser acometido terá que ser, provavelmente, sacrificado. 

Apesar de ter sido encontrado esses focos em aves silvestres no Brasil, segundo a unidade deste setor da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa Suínos e Aves, o serviço de vigilância do país tem uma boa eficiência, uma vez que a maioria dos países da América Latina já registraram foco da gripe aviária em criatórios industriais destinados, tanto para corte, quanto para a produção de ovos, e o Brasil ainda não registrou nenhum foco no âmbito produtivo. 

 

Medidas governamentais para enfrentar um possível surto de influenza aviária. 

Os casos recentes de gripe aviária ocorridos em três espécies de aves silvestres em seis municípios do estado do Espírito Santo, e no município de São João da Barra, no estado do Rio de Janeiro, levaram as autoridades do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) a declarar estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional.  

Segundo o MAPA, a medida visa principalmente impedir que a doença amplie sua incidência para os setores de criação comercial, além de garantir a saúde humana, já que é considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animal para pessoas.  

Apesar disso, o vírus não infecta humanos com facilidade e, quando isso ocorre, geralmente a transmissão entre eles não se sustenta. 

 

Consequências sociais da doença e medidas de prevenção. 

Do ponto de vista social, a influenza aviária poderia gerar preocupações com a segurança alimentar, desencadear crises sanitárias e exigir a implementação de medidas de controle rigorosas, como sacrifício de aves infectadas, restrições de deslocamento e monitoramento constante. Essas medidas podem causar impactos psicológicos e emocionais nas comunidades envolvidas na produção avícola e na população em geral. 

Na portaria de emergência do MAPA, por exemplo, estão proibidos qualquer evento com a presença de aves enquanto a medida estiver em vigor.  

Com relação ao consumo per capita, de acordo o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe, em média, cada brasileiro consome 45 kg de carne de frango e em torno de 250 ovos por habitante por ano no Brasil.  

Dessa forma, caso tivesse uma grande incidência da doença no país, esse consumo seria drasticamente afetado, pela eliminação dos animais acometidos.  

 

Anúncios
Continua após Publicidade