Educação financeira para crianças – Saiba o que influencia e como controlar o consumismo

Boa parte da educação financeira para crianças baseia-se em hábitos e comportamentos que elas mesmas criam e adquirem desde a primeira infância. Segundo o escritor Paulo Vieira, tudo que nós visualizamos, ouvimos e sentimos sob forte impacto emocional na nossa infância, fica armazenado nos nossos arquivos de memória. Entretanto esses arquivos armazenados são os precursores da formação de grande parte das nossas crenças, principalmente quando se trata de dinheiro.  

Os educadores financeiros alertam para o fato de que para que você possa repassar os bons ensinamentos financeiros para seus filhos, os conceitos de educação financeira têm que está, primeiramente, bem claros para você. A teoria será importante, mas sobretudo a prática tem que está explícita para que a criança possa vivenciar isso no dia a dia.  

A partir dos 2 – 3 anos de idade já pode começar explicando que qualquer brinquedo que ela queira só poderá ser possível entretanto, se ela trocá-lo por uma quantia em dinheiro.  

É importante também explicar que boa parte do nosso dinheiro deve ficar guardado no banco. Conforme compramos algo, temos as opções de pagamento, podendo pagar com parte do dinheiro que retiramos do banco, cartão de débito, crédito ou pix. Deixar bem claro que o cartão não é um objeto mágico, e sim, uma forma de controlar a liberação do dinheiro que está no banco.  

Foto: Educação financeira para crianças – por pixabay

 

A influência do modelo financeiro na educação financeira para crianças

O modelo financeiro de cada pessoa é formado através de padrões de pensamentos que conduzem aos seus resultados. Esses padrões de pensamentos são influenciadamente estabelecidos no subconsciente de cada pessoa quando criança.  

Aprenda algumas frases nocivas que uma criança pode ouvir e que pode se consolidar em uma crença financeira limitante na sua vida:  

  • Eu estou muito velho/novo para ficar rico; 
  • Ficar rico depende de muito sacrifício; 
  • Se eu me der bem e depois perder tudo, irei me sentir um fracasso; 
  • Se eu ficar rico, posso ser sequestrado; 
  • Ficar rico é impossível para quem não vem de família rica; 
  • O importante é ter saúde; 
  • E por último, não temos dinheiro para possuir isso. 

Todas essas frases podem permanecer no subconsciente da criança para compor parte do seu modelo financeiro. É muito importante que as pessoas do seu convívio não as manifeste. Assim, elas não vão fazer parte dos arquivos de memória dessas crianças.  

 

Mesada – A real necessidade

A mesada é uma quantia de dinheiro que os filhos recebem dos pais dentro de um determinado intervalo de tempo. Para quem quiser aderir à mesada ao seu filho, a idade mínima é de aproximadamente 8 anos. Mas antes, é muito importante ter certeza da clareza sobre o que o dinheiro representa para a criança.  

Uma forma prática de se definir o valor da mesada é analisar o comportamento de consumo da criança por 30 dias. E registrando assim sua média de gastos mensal, você passa a dar em torno de 50% do total desse valor gasto.  

Já o empresário, investidor e escritor João Kepler, no seu livro Se Vira, Moleque, confessa que usou artifícios diferentes na formação dos seus 3 filhos. “O que me motivou a não dar mesada a eles foi prepará-los para a vida como ela é, mostrando principalmente como é não ter nada garantido mensalmente”.  

Kepler argumenta que talvez eles pudessem se acomodar se eles recebessem mesada continuamente. E quem sabe, até desistissem de pensar em montar os negócios que eles têm hoje. Vale ressaltar que todos ainda são bem novos, porém bem-sucedidos nos seus empreendimentos.  

Para que isso fosse possível Kepler compartilha algumas técnicas que usou. Por exemplo, criar um ambiente empreendedor em casa, estimulando a criança a ter opinião e a enxergar o planejamento das coisas da mesma forma que ocorre em uma empresa. Ou ensinar que não se deve contar com estabilidade financeira.  

Uma boa ideia para quem prefere não dar uma mesada de bandeja é estabelecer valores para cada tarefa que seu filho pode desempenhar. Ou seja, você pode pagar R$ 15,00 pela lavagem do carro, R$ 5,00 pelo quarto arrumado, e R$ 3,00 por cada balde de lixo posto para fora. Isso trabalha sua responsabilidade, disciplina e ainda garante o seu financeiro.  

 

Como controlar o consumismo  na educação financeira para crianças

O consumismo vem pela influência das pessoas com quem ela convive na escola, nos seus bairros e até mesmo na sua casa. O pai pode ser comedido nos presentes. Mas a mãe pode ser mão aberta e encher a criança de balinhas ou bonecos. Isso pelo simples fato de garantir a paz na hora do seu trabalho.  

Existem crianças que não se contentam com nada e que toda semana choram por um brinquedo novo. Nesses casos, levá-la para visitar locais com condições financeiras precárias é uma boa estratégia para que a criança perceba que existem outras crianças em situações piores que a sua. Assim ela conhece outras realidades e que as coisas que ela tem são suficientes para a sua realidade.  

O importante é sempre conversar com os filhos e explicar para eles que, não só eles como todos os integrantes da família fazem parte do orçamento doméstico. Além disso, é fundamental criá-los sempre no convívio da realidade financeira da família.  

 

Anúncios
Continua após Publicidade