Bolsa de valores – Entenda a correlação dos juros altos com o comportamento da B3

Os juros altos são um fator importante que afeta diretamente o comportamento da bolsa de valores. Quando a taxa de juros sobe, as empresas podem encontrar mais dificuldade em obter financiamento para expandir seus negócios, o que pode afetar negativamente seus lucros e, consequentemente, o valor de suas ações. 

Além disso, os investidores tendem a se afastar da bolsa de valores em momentos de alta taxa de juros, pois podem encontrar opções de investimento mais atrativas em outros setores, como títulos de renda fixa, que oferecem um retorno mais garantido. 

Por outro lado, quando a taxa de juros é baixa, as empresas podem ter mais facilidade em obter empréstimos, o que pode aumentar seus lucros e o valor de suas ações na bolsa de valores. Além disso, os investidores podem se sentir mais confiantes em investir na bolsa de valores, uma vez que as opções de investimento em títulos de renda fixa podem oferecer retornos menores. 

Por isso, é importante entender a correlação entre os juros e a bolsa de valores antes de investir. É necessário analisar cuidadosamente as condições econômicas e avaliar os riscos e benefícios de investir em ações em momentos de alta ou baixa taxa de juros. 

 

FOTO: Bolsa de Valores – Pixabay

 

O impacto das políticas econômicas na bolsa de valores 

A relação entre os juros e a bolsa de valores é uma questão complexa, mas que pode ser compreendida e utilizada a favor dos investidores. A análise cuidadosa dos fatores econômicos pode ajudar a tomar decisões informadas de investimento, visando maximizar os retornos financeiros. 

A narrativa do governo de que é preciso que a economia cresça para elevar a arrecadação e permitir obter fundos para os programas sociais, agrada o eleitorado, mas desagrada investidores.  

Explicando melhor, se o aumento da arrecadação for consequência do crescimento econômico, tudo bem. Mas se ocorrer o inverso, ou seja, se for preciso aumentar a arrecadação para que haja crescimento econômico, com certeza isso traria sérias consequências negativas. 

 

Os efeitos da inflação sobre o mercado de ações

Para manter o valor da moeda estável ao longo do tempo, os Banco Centrais dos países observam a inflação em primeiro lugar. Esse é o indicador econômico mais relevante, o segundo é o emprego, pois ele demora mais tempo para reagir às decisões de política monetária, bem como o fato do poder aquisitivo, ou seja, pessoas empregadas consomem mais e mantém os preços elevados. Pessoas sem emprego, ou com salários menores, consomem menos e desaceleram a inflação. 

A dinâmica, na teoria, é que as autoridades monetárias elevam os juros, a economia se desaquece e a inflação converge para a meta. Na prática, o processo é mais doloroso, causando a quebra de empresas, elevação da inadimplência, pois aumenta o desemprego e reduz os lucros das empresas, e acumulo de projetos engavetados, com deterioração das condições econômicas e sociais.  

Com a redução dos lucros, e consequentemente redução do lucro por ação (LPA), a cotação das ações tende a reduzir também, pois espera-se que a longo prazo, preço e LPA andem juntos. 

 

Custo do crédito e a alta dos juros 

Segundo o presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Isaac Sidney, em pronunciamento na Lide Brazil Conference, realizado em Lisboa, em fevereiro, “os bancos brasileiros não precisam de juros altos para ter lucros. Porém, assumiu que o spread bancário é alto devido à alta tributação do crédito e inadimplência elevada.  

Sidney ressaltou também que os bancos defendem juros e spread menores para que o acesso ao crédito, pessoa física e jurídica, seja mais democratizado. 

Falando especificamente de crédito empresarial, geralmente a forma mais barata de captar recursos para grandes empresas é a abertura de capitais, principalmente com a recente restrição da concessão de crédito pelo BNDES no ultimo governo. Dessa forma, o que irá facilita é a diminuição dos juros. Quanto menor os juros, mais interessante para as empresas abrir capital.  

Para concluir, quanto maior for o período com juros altos, maiores serão os efeitos negativos no mercado de capital.  

 

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