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Recentemente, o governo brasileiro tomou uma decisão que abalou o cenário econômico do país: o aumento das alíquotas de importação de diversos produtos. Essa medida visa proteger a indústria nacional e melhorar o balanço comercial, mas sua repercussão já está sendo sentida no setor varejista.
As lojas Chinesas por exemplo, responsáveis por boa parte do abastecimento de produtos, principalmente eletrônicos, terão um adicional no seu custo de 92%, referente à nova taxa.
Neste artigo, exploraremos como esse aumento de imposto afetou as empresas de varejo e o que os consumidores podem esperar nos próximos meses.
O imposto dos produtos importados existente desde a década de 90, isenta o consumidor pessoa física (PF) de qualquer imposto sobre as mercadorias que custam menos de 50 dólares. Acima de 50 dólares a tributação incidente era de 60%.
Porém, o que acontecia era que algumas empresas estrangeiras conseguiam burlar a regra e conseguiam comercializar alguns produtos com isenção mesmo não sendo PF.
Diante disso, o governo atual aumentou a fiscalização, após uma tentativa frustrada de tentar taxar essas mercadorias com preços inferiores a 50 dólares e implantou a estratégia de remessa conforme.
Nesse modelo tributário, as empresas terão que se cadastrar para que os produtos abaixo de 50 dólares continuem isentos de imposto. Porém, aqueles acima de 50 dólares terão que ser tributados já no carrinho de compras na hora do checkout. Isso evita com que o tributo seja pago na hora de retirar a mercadoria no correio e com isso escape uma ou outra mercadoria de ser taxada.
A empresa que não quiser aderir à remessa conforme serão submetidas à tributação de 60% em cima do valor do produto + ICMS (17%) + frete. Acontece que o somatório de tributos no final chega a 92%, e não 77%. Para resumir, uma compra de US$ 100, 00 vira na verdade US$ 192,77. Isso acontece porque o pagamento do ICMS será dobrado.
Um dos efeitos imediatos do aumento do imposto de importação é o encarecimento de produtos importados, que se reflete em preços mais altos para o consumidor final. Itens eletrônicos, roupas de grife e produtos de tecnologia tendem a ser os mais afetados. Isso pode levar a uma desaceleração do consumo, já que os brasileiros sentirão o peso do bolso no momento da compra.
Para o varejista, a gestão de preços se torna ainda mais desafiadora. Muitos terão que equilibrar a oferta de produtos importados mais caros com a manutenção de preços acessíveis para seus clientes. A margem de lucro, portanto, pode ser comprimida, e estratégias criativas de marketing e fidelização do cliente se tornarão cruciais para manter a competitividade.
As empresas de varejo, especialmente aquelas que dependem fortemente de produtos importados, estão sentindo a pressão do aumento do imposto de importação. Os estoques de mercadorias adquiridas anteriormente a preços mais baixos agora estão sujeitos a margens de lucro mais apertadas, e muitas estão revendo suas estratégias de fornecimento e diversificação de produtos.
Por outro lado, empresas com produção local podem se beneficiar da medida, uma vez que seus produtos serão mais competitivos em relação aos importados. No entanto, essas empresas também precisarão considerar os possíveis aumentos nos custos de matéria-prima, o que pode afetar sua própria rentabilidade.
Segundo especialistas, a tributação dos importados talvez ajude as varejistas nacionais, mas não vai resolver o problema delas. “O buraco é mais em baixo”, pois além dos altos juros atuais, o percentual de inadimplentes no país em agosto, segundo o CNC (Confederação Nacional do Comércio), chegou a 30%, maior índice registrado desde 2010.
E isso não representa os endividados, e sim os inadimplentes, que são aqueles que tem dívidas e já estão com o pagamento delas atrasado. Desses 30%, de acordo com a pesquisa, 12% revelaram que não tem condições de honrar suas dívidas nos próximos meses.
O aumento do imposto de importação é uma medida complexa com impactos variados no cenário varejista brasileiro. Os consumidores devem se preparar para preços mais elevados em produtos importados e, possivelmente, uma redução nas opções disponíveis.
Para as empresas de varejo, a adaptação a essa nova realidade é essencial. Isso pode envolver a reavaliação de suas cadeias de fornecimento, estratégias de preços e busca por alternativas locais. A agilidade e a capacidade de inovação serão cruciais para enfrentar os desafios e explorar oportunidades nesse cenário em constante evolução.
Em resumo, o aumento do imposto de importação não é apenas uma questão de números, mas também de adaptação e criatividade para varejistas e consumidores brasileiros. Acompanhar de perto as mudanças no mercado será fundamental para o sucesso no futuro próximo.
O correto mesmo seria que o governo baixasse os impostos nacionais, ao invés de aumentar os de produtos importados. Assim, aumentaria a competitividade e o consumo interno.