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A taxa Selic, que representa a taxa básica de juros da economia brasileira, tem despertado grande expectativa e aguardo em relação à sua diminuição. Nunca antes a redução dessa taxa foi tão antecipada e acompanhada de perto pelos diversos agentes econômicos.
A importância desse movimento reside nas consequências diretas que a redução da Selic pode ter sobre a economia como um todo. A taxa Selic influencia diretamente os custos de empréstimos, financiamentos, investimentos e até mesmo a remuneração de aplicações financeiras.
A expectativa de diminuição da Selic traz consigo a possibilidade de redução dos juros cobrados pelos bancos, o que estimula o consumo e o investimento. Além disso, a queda da taxa básica de juros pode impulsionar a atividade econômica, gerando maior dinamismo e crescimento.
Nesta análise, exploraremos as razões pelas quais a diminuição da taxa Selic nunca foi tão aguardada, analisando os efeitos que essa redução pode ter sobre diversos setores da economia, além de suas implicações para o mercado financeiro e para a vida dos consumidores.
O último Relatório Focus (documento que reúne as projeções dos economistas para os principais indicadores econômicos), do Banco Central (BC), apresentou suas novas estimativas para o IPCA (índice de inflação oficial do Brasil) de 2023 e 2024. O relatório mostrou a expectativa de queda da inflação para os dois anos mencionados. Para 2023, a expectativa caiu de 5,42 para 5,12%. E para 2024, espera-se que o ano termine em 4%.
Aparentemente, o que se observou foi que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os demais membros do Comitê de Política Monetária (Copom), querem ver uma queda consistente dos índices de inflação antes de se comprometerem com um corte na taxa Selic.
Como esperado, os juros foram mantidos em 13,75% na reunião. No entanto, o tom duro do Comunicado surpreendeu boa parte dos investidores.
Eles explicaram que é preciso ter cautela e que a manutenção da taxa “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024”, e acrescentou que estamos num estágio do processo desinflacionário.
Ou seja, o Copom não está vendo sinais suficientes de desaceleração da inflação para acreditar que já é possível relaxar com os juros, e surpreendeu o mercado comi a falta de um direcionamento mais claro em torno do início do corte dos juros.
Inicialmente, esperava-se que o mês de Agosto já marcaria essa queda. Agora, após pronunciamentos do Copom, entende-se que o BC vai adotar uma posição mais cautelosa, esperando até mesmo as emendas adotadas e aprovação final do arcabouço fiscal, bem como o andamento da economia externa.
Vale ressaltar que os juros apenas respondem à queda da inflação e de suas expectativas.
Nos últimos meses, estamos observando uma desaceleração inflacionária não só relevante como também mais forte do que a esperada. Isso é fato.
A pergunta é: Se as expectativas estão caindo, por que o Banco Central ainda não determinou o primeiro corte nos juros do período?
Se de fato essa postura mais dura atingir esse objetivo, a expectativa para queda da Selic nos próximos meses irá aumentar, o que trará mais benefícios para a atividade econômica brasileira e também um espaço maior para corte de juros no futuro.
Lembrando que foi justamente essa queda das taxas futuras que beneficiou, até o momento, os ativos de risco no Brasil, como ações e fundos imobiliários.
A Selic vai cair e o rendimento da renda fixa vai mudar.
Estamos observando a inflação diminuir, o que permite prever a redução na taxa de juros em um futuro próximo, impactando diretamente os investimentos.
Não só o Tesouro Selic poderá ter sua rentabilidade reduzida, mas também outros títulos indexados ao CDI, como CDBs e LCIs, por exemplo. Dessa forma, a mudança na composição da carteira será inevitável.
Os juros altos e persistentes (Selic) atrapalham a economia comum e, apesar de mais sensíveis ao varejo, por exemplo, construtoras e incorporadoras também sofrem restrições para financiar seus empreendimentos.
Por outro lado, segundo o economista Ricardo Amorim, o Brasil está num ponto de virada de ativos, primeiramente porque o país já derrubou a inflação, diferentemente do resto do mundo. Isso significa que enquanto o resto do mundo ainda pensa em subir juros, o Brasil já vem dando indícios de começar a reduzir, só basta divulgar o período certo para iniciar.
Quando isso se comprovar, a economia será estimulada e o resultado das empresas terá uma melhora. Em segundo lugar, de acordo com Amorim, a capacidade de atração de investimentos do Brasil é menos ruim do que o restante dos países emergentes, que estão entre atritos territoriais. E os investidores sabem que os emergentes têm um maior potencial de crescimento, embora sejam mais voláteis.